Economia e Saúde – Como lidar com esses dois fatores durante a pandemia.

Publicado em 8 de maio de 2020

O Covid-19 tem mudado a rotina não só das pessoas, mas de toda a economia
mundial. A fim de esclarecer a população sobre os reflexos que essa pandemia tem
causado no Brasil, em Sergipe e mais especificamente em São Cristóvão e Itabaiana, na quinta-feira 20/04 o Dr. Thiago Jônatas convidou o Advogado Tributarista Alexandre Alves para discutirem se agora devemos pensar na saúde ou na economia. O PIB que indicava subir 2% em 2020, hoje, tem uma previsão de -4%, ou seja, uma recessão já é anunciada quando falamos de Brasil e esse cenário já fica claro
quando vemos dados como a Cielo (financiadora de cartão de crédito) que indicou nos 15 primeiros dias da quarentena uma queda de 55% nas compras no cartão de crédito e de 40% em Abril, isso indica que mesmo com o delivery a queda nas vendas é
preocupante, como frisou Dr. Alexandre. Quando o assunto é restaurantes e similares, a preocupação é ainda maior, uma
queda de 80% nas vendas segundo a Secretaria da Fazenda do Estado de Sergipe, e não se pode esquecer dos setores de
transportes e construção que tiveram uma queda de 30% e 50% , respectivamente, nas vendas do mesmo período.

O Dr. Alexandre trouxe também o atraso do IBGE em relação a dados do
desemprego, já que, segundo ele, os dois meses de estabilidade proposto pelo governo
para as empresas em relação aos seus colaboradores não resolve o problema. “Quando
o comercio abrir não terá uma fila de pessoas na porta para comprar”, disse ele, ou
seja, os empresários terão que demitir de qualquer maneira no pós estabilidade. São Cristóvão teve seu turismo
e comercio duramente afetado, citou Dr. Thiago. Itabaiana segue a mesma linha, com o comercio podendo abrir
meia porta apenas para recebimento de crediário (forma de pagamento ainda muito utilizada na cidade). Porém,
Dr Thiago foi enfático, ao esclarecer que durante  todo esse tempo o setor de saúde não se preparou para uma
reabertura do comercio, mesmo que seja gradual, e que isso fará com que o colapso na saúde ocorra rapidamente.
A falta de equipamento e testes na área da saúde também foi uns dos temas
discutidos, salientando inclusive a formatura antecipada de profissionais da saúde sem
a qualificação necessária para atuar nos atendimentos e combate a pandemia.

Para uma abertura do comercio, Dr. Thiago sugeriu o investimento em uma
estrutura segura para os pacientes e profissionais de saúde, já que Dr. Alexandre
destacou que o crédito e o caixa das empresas já acabou e agora os empresários se
veem sem saída, já que as medidas do governo como a postergação do imposto não é
solução é apenas um paliativo. Ficou claro durante a live que a saúde e a economia não são duas linhas distintas, https://cumchawaii.com/
e nesta situação precisam dialogar para não ocorrer uma catástrofe. Foi demonstrado
números que preferiram o isolamento vertical (quando apenas as pessoas da linha de
risco ficam isoladas) e os números assustam em países como a Suécia, Noruega e
Finlândia. Perguntas claras demonstram o despreparo para uma reabertura do comercio
como: Temos leitos? Temos profissionais? Temos conscientização?. As pessoas
permanecem nas ruas como se nada estivesse acontecendo, isso demonstra claramente
o despreparo para o retorno a rotina. A conscientização se faz necessária, como esclareceu Dr. Thiago, que São
Cristóvão dispõe da Urgência 24 hr no Eduardo Gomes, mas a descentralização do
SUS e a transformação de postos de saúde em postos de atendimento também é
essencial.

Em meio a tantas questões e incertezas vê-se o governo dando auxílio
emergencial, injetando dinheiro para o governo dos estados, e essa conta irá chegar, como frisou Dr. Alexandre,
que ainda destacou que com a queda da taxa SELIC
(Sistema Especial de Liquidação e Custódia) a inflação irá subir, consequentemente o
desemprego chegará a números nunca vistos, e a criação e aumento de impostos será
uma realidade. Contudo, Dr. Thiago também destacou as coisas boas trazidas pela pandemia
como uma estrutura de material e equipamentos nunca vista no HU (Hospital
Universitário), mas mesmo assim a corrupção com essas verbas para o investimento
para a saúde é uma preocupação, já que esse dinheiro não tem fiscalização. Ao se despedir Dr. Alexandre deixou
uma boa notícia para os empresários, sobre
uma linha de crédito do Banco do Nordeste de R$ 100 mil reais a 3,25 a.a sem a
necessidade de garantia.